sábado, 28 de abril de 2018

ESFINGE OU PEQUENO POEMA ANTROPOFÁGICO





Fui em busca de vida e abracei-te
Acarinhei-lhe sem preconceito
Os pés, as coxas, o púbis, o colo, a nuca...

Beijei teu corpo por completo
Detive-me nos seios...
Fui além em meu intento...
Detiveste-me...

E qual poeta, num céu a descoberto
Clamei por Eros por Afrodite
E foi em vão minha oração, meu grito...

Cai em pranto, não me contive
E por bela seres em meu encanto
Ofereci-me em holocausto,
Em teus ternos tentáculos
Sem ao menos por inteiro
Teu corpo sentir, possui-lo!

Vai ... devora-me
Ou morra de tanto amor contido!

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