sábado, 28 de abril de 2018

INFINDA ESPIRAL TEÓRICA




A vida se fez bela
se fez forte,
Ante o ósculo da paixão.

Entrelaçando-se a morte
lançou-se a sorte,
E o dilema: viver ou não?

Porém, o homem pensou:
“Morte... recomeçar de novo!
Vida... presenciar o novo!
Por que não?

E a vida venceu o duelo
Morreu o velho homem
E o novo homem nasceu!

É a eterna espiral infinda...

Pois de um toque, um olhar...
Projetam-se várias vidas
Atiça-se o desejo que paira...

Nesta espiral teórica
Da vida latejante,
Ante o beijo ofuscante
Do desejo saciado
Nasce vida, eis o amado
E humano coração!

MOMENTO





Quando um homem fica embebido
Pelo néctar de Eros
Parece fugir-lhe a razão.
Fica então possuído
Por um estranho sentimento
Designado... PAIXÃO!

O semblante da amante
Não lhe sai da mente
Nesse período ele é
O maior dentre os viventes!

O passeio de mãos dadas
Ora os abraços, ora as carícias.
E assim prossegue a vida, movida
Pela orquestra das musas!

  
É quando o homem estranha-se
Pelo que sente em si,
Eis que ele torna-se ele
E surpreende-se por saber-se assim!

E as musas revoam
Por entre os pensamentos,
E é neste momento
Sublime de humanismo
Que a vida regozija-se
Pelo seu rebento...
O homem tornado carinho!

UM ... NÃO SEI PRA QUÊ ...





Um dia...
Sem o menor por quê
Surgiu não sei de onde
Um ... não sei pra quê!

Era vislumbrante
Qual a manhã,
E era tão linda
Quanto o poente!

E era não sei o quê...
Munida de azar e sorte,
De ódio e amor,
Presente e eternidade!

Vinha sorrindo,
Nos lábios o porvir.
Na boca a esmo
Uma espécie de refletir...

Ela não queria o mal
Mas o bem não conhecia,
Era uma espécie de inocente
Que a verdade dizia:

“Não são sementes
Um dia me abraçarão,
Pecadores ou sem pecados
Vos parara o coração!”

E era... não sei o quê
Nem pra quê!
Por independer da vontade
Os homens chamaram-na:
“morte”

SAUDADE






Saudade...
Sentimento nostálgico
Que parece nos transportar
Até a pessoa de nós distante ...
... IRONIA...
A saudade é que traz
A pessoa distante
Até nossa companhia!

ESFINGE OU PEQUENO POEMA ANTROPOFÁGICO





Fui em busca de vida e abracei-te
Acarinhei-lhe sem preconceito
Os pés, as coxas, o púbis, o colo, a nuca...

Beijei teu corpo por completo
Detive-me nos seios...
Fui além em meu intento...
Detiveste-me...

E qual poeta, num céu a descoberto
Clamei por Eros por Afrodite
E foi em vão minha oração, meu grito...

Cai em pranto, não me contive
E por bela seres em meu encanto
Ofereci-me em holocausto,
Em teus ternos tentáculos
Sem ao menos por inteiro
Teu corpo sentir, possui-lo!

Vai ... devora-me
Ou morra de tanto amor contido!

ENQUANTO POESIA








                                                                                              
P/Helen
Criatura de sol
Qual ouro vital
A engendrar a vida,
A emaranhar-se
No afã do sentimento
No doce vento,
Em qual brisa desliza.
E assim és amada
Por seres humana
Enquanto poesia...
Poesia alada, divina
Dum versador de amor
Que adora sua amada
Linda criatura
Que a esses passos ilumina,
Helen... Vida!

VERSO ALADO






Lua filha mulher
Que o universo gerou,
Sua mãe é a eternidade
Que outrora o tempo abraçou!

Lua...
Suas irmãs são: a menina, a moça,
Seu brinquedo é a rosa
Símbolo do amor...esperança!

Lua...
Qual o poeta vaga só,
Nas ruas que a vida traçou,
Ah, se não fossem as estrelas
Por quem a Lua se enamorou!

Hoje o poeta estaria calado
E não voltaria a fazer versos alados
Para quem jamais o entendeu!

Pois tu Lua, continua
Deusa dos românticos
E tu mulher saiba...
O poeta... É o louco dos loucos!

SONHO DE VIVER




P/Adreane

Arco-íris de matizes definidas
Sete cores, sete vidas!

Lírio de alvo sentimento
Rei das flores, deslumbramento!

Menina – moça – mulher
Sonho de bem querer!

E a vida assim prosseguida
É triste e é linda!

É a vida que se sonha – sonhada...
É a vida que se vive – batalha!

É o sonho, impulso da vida
É a vida, sonho ou realidade?

Onde está o sonho?
Onde está a verdade?

Menina – moça – mulher
Sonho de bem querer!

Se queres, é vida buscada
Se sonhas, busca querer!

Mulher, vida que dá vida...
É manifesto...
Mulher, razão e afeto!

Mulher, vida e bem querer
Mulher, sonho de viver!

HISTÓRIA DE AMOR

HISTÓRIA DE AMOR

E o anjo quebrou a asa!
Sem o vôo, caminhar foi solução...
E o anjo não cumpriu seu fado
De ser... Cupido!

A esmo e sem rumo
O anjo tocou por descuido
O coração errado!
E fez alguém amar alguém
Que não era o amor sonhado!

Mas o anjo curou-se
Do acidente mal fadado
Só então é que notou
Do angelical erro divino
O terráqueo e dolorido pecado!

O anjo quis redimir-se...
Então chamou o poeta
Que histórias mil
De amor inventasse!

E o poeta versejou...
“Alguém amava alguém
Que alguém também amava
Alguém perdeu  alguém
  Neste jogo de palavras.

Pois alguém amava alguém
Que alguém também amava,
Alguém perdeu alguém
Por não tomar a iniciativa.

Pois alguém amava alguém ...
Que por alguém se apaixonara,
E alguém ficou na espera
De rever sua amada.

Eis que alguém levou alguém
Que por juras de amor conquistara,
E alguém que a amava
Por “n” dores, poeta se tornara!”

Foi quando o anjo sentiu
A dor, pelo erro que cometera
Pois pelo angelical toque
De alguém, alguém tirara,
Mas ele com pureza divina
A dor desta história aliviara...

Foi quando alguém reviu
Alguém que jamais esquecera.
Neste momento...
Alguém abraçou alguém
Sem a incomoda terceira pessoa!

VERSO TERRIFICANTE





VERSO TERRIFICANTE

P/Vinícius

Tenra idade, a que vives agora,
Eu também fui criança outrora,
E não passo dum menino nesta hora
Sem o alazão e o sonho,
Onde, por vezes era o herói,
Outras, o vilão medonho!

EPITÁFIO







EPITÁFIO

P/Misso (in memoriam)

Por vezes é...
Espectro... atrevida...
Benfazeja... maldita.

Vem ela...
Sorrateira... lenta ou ligeira...
Não presta-se a censura.

Vem e leva-nos
A amada criatura!


ODE AO BAR




ODE AO BAR

P/Ênio e Nica (in memoriam)

Dileto bar
De colóquios ardentes,
De conversas amigas
Com amigos da gente!
  
Dileto bar
De comemorações festivas
De desamores latentes
Na ânsia da vida!

Dileto bar
Qual casa é casa
É a própria parada
De quem anda pela vida!

Dileto bar
Onde dividem- se alegrias
Curtem-se as tristezas...
E de relance passa uma guria...

Pre – dileto bar
Austero confessor dia após dia,
E o sentido não especula:
“Bar... boêmio... boemia!”